quarta-feira, 4 de abril de 2012

Parla, Demóstenes, parla!...

Couto e Jatene: o Detran na mira do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Na postagem “Nos tempos da Bicharia” você viu o hoje senador tucano Mário Couto Filho entre os chefões do jogo do bicho, na Belém dos anos 80(http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/03/nos-tempos-da-bicharia.html).

Pois muito bem: agora, áudio no site da revista Veja (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/cachoeira-usou-demostenes-para-se-aproximar-de-senador) mostra que o também contraventor Carlinhos Cachoeira pediu ao senador Demóstenes Torres (uma espécie de pau mandado dele) que o ajudasse a se aproximar... adivinhem de quem? Isto mesmo: do senador Mário Couto Filho.

A conversa entre Cachoeira e Demóstenes foi grampeada pela Polícia Federal em 11 de abril do ano passado.

Ao que parece, o interesse de Cachoeira era o serelepe Detran, comandado à época, salvo engano, pelo igualmente serelepe Sérgio Duboc – o eterno braço direito de Mário Couto.


Eis a conversa, conforme o áudio no site da Veja:

Demóstenes: Fala, professor.

Cachoeira: Como é que é o relacionamento seu com aquele senador lá do Pará, o Mário Couto?

Demóstenes: Muito bom. O Mário... Inclusive o povo acha que, que... Depois eu te falo. Mas eu te ligo. É muito bom o meu relacionamento com ele.

Cachoeira: Eu vou precisar de um negócio aí, eu te falo. Um abraço.

( Pausa. Depois, a conversa é retomada)

Demóstenes: Oi, professor, tá ouvindo?

Cachoeira: O Detran lá é dele.

Demóstenes: Ah, então tá bom. Aí você me avisa o que é, falou?

Cachoeira: Falou, um abraço.

Demóstenes: Um abraço, tchau”.

No site da Veja, a Assessoria de Mário Couto nega que ele tenha recebido de Demóstenes “qualquer pedido de interesse de Cachoeira – até porque, segundo o parlamentar paraense, a relação entre ele e o colega de Goiás não era próxima”.

No entanto, vale lembrar, Couto também jurava que nunca foi bicheiro – até que as fotos publicadas por este blog mostraram que ele foi, sim, banqueiro do jogo do bicho, e até porta-voz de uma pitoresca Associação dos Banqueiros e Bicheiros do Estado do Pará...

Aliás, essa investigação sobre os looongos tentáculos do contraventor Carlinhos Cachoeira promete fortes emoções no estado do Pará.

Além de Mário Couto também já apareceu nos diálogos entre Cachoeira e Demóstenes, todos devidamente grampeados pela PF, a enroladíssima Delta Construções (Leia na Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1069883-gravacoes-revelam-favores-de-senador-para-empresario.shtml).

E a Delta, como sabem os leitores da Perereca, mantém contratos milionários com o Governo do Estado, especialmente – vejam só a ironia – na área da Segurança Pública...

Releia aqui:

Aqui:

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Aqui:

Aqui:

E aqui:


É o caso de se perguntar: será que o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Junior, que pediu publicamente a renúncia de Demóstenes (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/oab-pede-a-renuncia-imediata-de-demostenes-torres ), não pode dar uma forcinha também pro Pará?

Quer dizer: será que Ophirzinho, paraense de tutano, da gema, não pode pedir ao Ministério Público Estadual que investigue a interessantíssima equação que une Couto ao Detran, Delta à Segurança Pública, e todos à Cachoeira?

De resto, é os paraenses, numa grande corrente prá frente, gritarmos: parla, Demóstenes, parla!...

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